Eu quero ser outra pessoa mais louca ainda. Me atirar ao primeiro devaneio sem ligar pra consequencia. Quando valores te controlam, é porque você assimilou eles. E não quero ter um preco. Quero me perder no mundo e quem sabe nunca mais voltar. Viver num mosteiro seria um pouco ridículo, mas o ostracismo me atrai. Viver cercada de montanhas, tendo que sobreviver de verdade, voltar alguns milênios na escala da conexão global. Respirar filosofia. Desconectar, deixar as influências afastadas.
Alguém, esses dias, me perguntou qual é meu objetivo, o que eu busco, respondi: viajar. Mas é mais que isso... é largar tudo. TUDO: família, amigos e bens pra trás. Pegar a estrada rumo ao nada, sem data pra voltar. Falta culhão e oportunidade. E algo mais... talvez eu precise de um homem ou mulher realmente capaz de tudo isso comigo. E assim, talvez eu não volte, se tudo der certo. Se der errado, eu fico por aí em qualquer beco, tomando qualquer destilado, escrevendo mais um livro de minhas 'porra-louquices'.
Não suporto soberba, falta de humildade. Admiro mendigos e monges. Mendigos, sujos ou não, são o reflexo da revolta com a nossa sociedade. Loucos, deprimidos, excluídos, não negam essa condicão. Não querem lutar uma batalha perdida, não precisam de aceitacão. Monges abdicaram da vida social para se dedicar ao conhecimento e reflexão.
Não quero ser mendiga, nem monge. Nem desperdicar todo o meu tempo em masturbacão. Mas a realidade me tira do sério, quero ser tão louca ou revoltada quanto eles e ainda adquirir conhecimento e aceitacão?
Eu não entendo porque PRECISO ser aceita por esses valores idiotas da sociedade. Ter e ter mais, trabalhar e produzir sua própria funcão social. Aceitar a hipocrisia. Manter uma estrutura sólida para viver.
Eu simplesmente não entendo como quase todo mundo conspira para que isso se mantenha. O que me resta é esperar que alguma forca milagrosa rebele mais um bendito.
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